O brasão da família Mantero

Em 1927, o Dr. António Mantero Belard de Albuquerque e Castro, que também usava António Belard Velarde de Albuquerque e Castro de Mantero, ou António de Mantero Belard Velarde de Albuquerque e Castro (1899-1952), irmão do Dr. Carlos Mantero Belard e de Enrique Mantero Belard, fez em Espanha um pedido de confirmação do escudo de armas a que teria direito, pedido dirigido ao Rei de Armas de Afonso XIII, Don Félix de Rújula Martin Crespo Busel y Quirós. Daqui resultou a elaboração de um estudo heráldico-genealógico (que não sei se se poderá considerar uma Carta de Brasão) no qual se apresenta a ascendência do Dr. António Mantero e alguns colaterais e que lhe reconhece o uso do seguinte brasão (que é a montagem das armas de família dos seus ramos paterno – Mantero – e materno - Cieza, Castañeda e Velarde), o qual transcrevo do estudo que referi:

“Partido, a la derecha en oro un castillo de plata sumado de dos torrecillas, terrazado de sinople (verde) y sobre él un águila de sable (negra) exployada coronada de oro, que es de MANTERO y a la izquierda terciado en faja: 1º en oro tres cotizas o bandas estrechas de gules (rojas), acompañadas en el hueco superior de un caldero negro suspendido de unas llares del que pende una cadena negra entrelazada con las cotizas, cayendo por delante de la primera y tercera y por detrás de la segunda, y que llega a la punta del escudo, que es de CIEZA; 2º En gules (rojo) tres bandas de plata cargadas de siete arminios de sable (negros) puestos tres en la del centro y dos en cada una de las restantes, que corresponde a CASTAÑEDA; y 3º Cuartelado, primero en gules tres flores de lis de oro, segundo en oro un águila negra exployada, tercero en azur una sierpe de oro alada y retocada de verde, cuarto en sinople dos onzas de plata pasantes, y en la manteladura sobre plata un arbol verde; bordadura general de este cuartel de plata com el lema “VELARDE QUE LA SIERPE MATÓ COM LA INFANTA CASÓ” en letras negras. Al timbre celada de noble, de acero bruñido con bordadura y grilletas de oro, forrada de gules y surmontada de un penacho de cinco plumas y lambrequines de oro y plata fileteados y retocados de negro.”

Acompanha este estudo heráldico-genealógico a seguinte imagem do brasão atribuído ao Dr. António Mantero:

Brasão reconhecido ao Dr. António Mantero

Brasão reconhecido ao Dr. António Mantero. 1927.

O Dr. Jorge Forjaz apresenta no seu livro “Genealogias de São Tomé e Príncipe - Subsídios” uma imagem a cores do mesmo brasão, que suponho retirado do mesmo estudo que referi ou de um idêntico pertencente a D. Laura Mantero Belard, e que reproduzo aqui com a devida vénia:

Brasão reconhecido ao Dr. António Mantero

Brasão reconhecido ao Dr. António Mantero. 1927.

Este mesmo brasão, reproduzido em bronze, foi colocado no Jazigo da família Mantero, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa:

Brasão do jazigo da família Mantero no Cemitério dos Prazeres, Lisboa

Brasão do jazigo da família Mantero no Cemitério dos Prazeres, Lisboa.

Finalmente, quando o Dr. Carlos Mantero Belard comprou, em 1941, a casa de Cascais que fora mandada fazer por D. António de Lencastre, médico da Casa Real, foi ainda esta imagem que serviu de base ao brasão em talha que mandou colocar no tecto da sua sala de jantar:

Brasão do sala de jantar da casa Lencastre-Mantero Belard, em Cascais

Brasão da sala de jantar da Casa Lencastre-Mantero Belard, em Cascais.
Fotografia gentilmente cedida pelo Dr. Miguel Metelo de Seixas, 2020.